sábado, 17 de junho de 2017

"Gabriela, Cravo e Canela" de Jorge Amado

Muitos livros vão além do que aparentam ser. Podem querer esconder algo para surpreender o leitor e mudar completamente a perspectiva que se tem de literatura."Gabriela, Cravo e Canela" é um desses e Jorge Amado consegue fazer isso de forma impressionante.
A história é ambientada na cidade de Ilhéus no século XX que vive em processo de progresso que é o que irá motivar inúmeros conflitos. De um lado temos uma aristocracia rural que pensa ainda viver na época onde tudo se resolve com arm
as e de outro vemos sonhadores que querem trazer um desenvolvimento rápido e preciso, estes representandos por Mundinho Falcão e aqueles pelo coronel Ramiro Bastos. Embates sociais, regresso e progresso? Essa história parece com a do Brasil, não? Isso mesmo! Ilhéus é uma completa metáfora das terras tupiniquins.
Mas e Gabriela? Onde fica? Pois é, Gabriela é importante porém não protagonista. Ela representa a liberdade e uma das várias faces femininas brasileiras. Convicta do que é felicidade, a mesma luta por isso. Existem outros personagens marcantes: Malvina, Glória, Josué, João Fulgêncio etc.

Uma história colorida, musical, alegre, instigante e outros muitos adjetivos. "Gabriela, Cravo e Canela" é uma obra digna de apreciação. Entre vitórias ou derrotas sociais, a literatura se mostra mais uma vez uma arma, que não machuca com força, mas transporta a realidade para as palavras, de forma simples porém cumprindo o seu papel.